O mercado de defensivos agrícolas no Brasil é altamente competitivo pela crescente demanda das principais cadeias produtivas do país, como soja, milho e algodão.
Em 2024, a área tratada com esses produtos ultrapassou a marca de 2 bilhões de hectares, com um crescimento de 9,2% em relação ao ano anterior, o que indica o crescimento do manejo fitossanitário diante do aumento das pressões de pragas, doenças e plantas daninhas.
Apesar desse avanço em volume e área tratada, o valor de mercado dos defensivos agrícolas apresentou uma queda de aproximadamente 10%, atingindo cerca de US$18 bilhões, resultado de fatores como volatilidade de preços e ajustamentos comerciais. Neste cenário, os herbicidas continuam dominando o volume consumido, com o glifosato liderando disparadamente, seguido por ingredientes ativos como 2,4-D, atrazina, mancozebe e acefato.
O domínio do mercado no Brasil está concentrado em cinco grandes fabricantes multinacionais, que aliam inovação tecnológica, fórmulas otimizadas e estratégias de marketing focadas em sustentabilidade e digitalização para manter sua competitividade.
Key takeaways
- Top 5 defensivos agrícolas mais vendidos no Brasil.
- 5 marcas de defensivos agrícolas mais vendidas no Brasil
- Diferenciais de marketing das marcas de defensivos agrícolas mais vendidas no Brasil
- Insights para o mercado de defensivos agrícolas
Este artigo detalha as características técnicas dos principais ingredientes ativos, as estratégias de mercado das marcas líderes e as tendências do agronegócio brasileiro em um contexto de desafios e oportunidades para a proteção das lavouras.
Top 5 defensivos agrícolas mais vendidos no Brasil
Procuramos entender por que o mercado de defensivos agrícolas é dominado por 5 player no Brasil. Primeiramente, analisamos os diferenciais técnicos.
Os cinco ingredientes ativos – glifosato, 2,4-D, atrazina, mancozebe e acefato – são os mais procurados no Brasil por várias razões específicas ligadas à sua eficácia, abrangência de uso e importância na agricultura nacional:
Ingrediente ativo | Diferencial do produto |
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Glifosato | É o herbicida mais vendido no mundo e no Brasil, amplamente utilizado para controle total de plantas daninhas em culturas importantes como soja, milho, trigo, algodão e café. Sua alta eficiência no controle de mais de 150 espécies de plantas daninhas, aliado ao custo relativamente baixo, explica seu domínio absoluto no mercado. Além disso, é fundamental para o sistema de plantio direto que caracteriza grande parte da agricultura brasileira |
2,4-D | É um herbicida seletivo que controla plantas daninhas de folhas largas e é muito procurado para combater a resistência que algumas plantas daninhas desenvolveram ao glifosato. Sua combinação com o glifosato potencializa o controle, especialmente contra espécies invasoras como a buva, comuns em soja e feijão. Seu uso é autorizado para diversas culturas, ampliando sua aplicação no país |
Atrazina | É um herbicida de contato com ação residual no solo, útil principalmente em culturas como milho e cana-de-açúcar. Sua eficácia prolongada no solo proporciona controle duradouro de plantas daninhas, o que o torna indispensável para certas cadeias produtivas no Brasil |
Mancozebe | É um fungicida protetor com amplo espectro utilizado para controlar doenças como a ferrugem asiática da soja. É valorizado por sua eficácia comprovada e por ser frequentemente combinado com fungicidas modernos para manter a eficiência contra patógenos resistentes |
Acefato | É um inseticida eficaz contra muitas pragas importantes no Brasil, como o percevejo (praga que causa grande impacto na soja) e o bicudo do algodão. Sua popularidade decorre da eficácia no controle de pragas que afetam diretamente a produtividade das lavouras. Possui formulações que facilitam a aplicação e apresentam perfil toxicológico aprimorado |
No geral, esses defensivos são os mais procurados, pois são herbicidas, fungicidas e inseticidas que combinam alta eficácia técnica, ampla aplicabilidade em culturas-chave do agronegócio brasileiro, e custo-benefício que atende às necessidades de produtores em escala. Além disso, eles fazem parte das estratégias para manejar resistência de pragas e plantas daninhas, sendo elementos essenciais para a produtividade e sustentabilidade do setor.
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5 marcas de defensivos agrícolas mais vendidas no Brasil
Agora, para falar das marcas que fazem as fórmulas mais procuradas usando os ingredientes glifosato, 2,4-D, atrazina, mancozebe e acefato, analisamos suas estratégias de marketing e posicionamento no mercado.
Veja as 5 marcas que mais vendem defensivos agrícolas no Brasil.
1º Syngenta (Touchdown)
Líder de mercado com forte presença em herbicidas como o glifosato Touchdown. Investe pesado em P&D, destacando melhora em formulações e soluções integradas (ex: combos com fungicidas/inseticidas). Marketing focado em eficiência e produtividade, com forte suporte técnico e eventos de capacitação para agricultores. Além disso, a Syngenta é uma parceira da Macfor, maior agência de agro do Brasil.
2ª Bayer (Roundup)
Marca global icônica do glifosato. Estratégia de marketing fortemente ligada à inovação e sustentabilidade, promovendo novas gerações de produtos com menor impacto ambiental. Investe na digitalização da conexão com o produtor, oferecendo apps e ferramentas para manejo integrado.
3ª BASF (Opera, Atectra)
Destaca-se pela oferta diversificada de fungicidas e inseticidas, com foco na inovação em controle biológico e compatibilidade ambiental. Marketing técnico baseado na ciência de proteção de cultivos, com forte ênfase em estudos de campo e demonstrações práticas.
4ª Corteva (Enlist, Aproach)
Reconhecida pelo desenvolvimento de tecnologias de resistência em plantas e produtos alinhados ao manejo sustentável. Marketing educativo, com ênfase em boas práticas agrícolas e redução de riscos, além de forte presença em plataformas digitais que integram dados e recomendações personalizadas para os produtores.
5ª UPL (Zeba, Tridium)
Marca forte em defensivos genéricos e inovadores. Estratégia agressiva em preço e disponibilidade, com foco em escala comercial ampla. Investe em capacitação e pós-vendas para agricultores de pequeno e médio porte, buscando penetrar além das grandes propriedades.
As cinco principais marcas de defensivos agrícolas no Brasil — Syngenta, Bayer, BASF, Corteva e UPL — dominam cerca de 70% do mercado em faturamento e volume. Mato Grosso e Rondônia são as regiões com maior participação de consumo, respondendo por cerca de 28-37% do mercado em volume e valor, regiões-alvo chave para as estratégias comerciais dessas marcas
Em volume aplicado, os herbicidas, a categoria predominante, respondem por cerca de 45% do total de defensivos usados, seguidos por inseticidas (23-26%) e fungicidas (20-23%), fatias dominadas pelos produtos dessas cinco fabricantes.
Diferenciais de marketing das marcas de defensivos agrícolas mais vendidas no Brasil
SEO e conteúdo técnico são pilares para engajar o público agrícola, que busca informações detalhadas antes da compra. As cinco marcas investem pesadamente em conteúdos educativos e técnicos que ajudam a construir autoridade e confiança.
Marketing digital multicanal e integração com CRM permitem marketing personalizado, especialmente pela segmentação por culturas e regiões produtivas. Isso é crucial para engajamento e conversão em um mercado que valoriza suporte técnico.
Eventos, webinars e palestras digitais são usados para fortalecer relacionamento, educar e aumentar a fidelização, funcionando como diferenciais competitivos de posicionamento de marca.
Marketing de influência e uso de redes sociais regionais se destaca especialmente para Bayer e UPL, que utilizam figuras reconhecidas no agronegócio para aumentar reconhecimento e credibilidade.
A aposta em sustentabilidade e inovação tecnológica é o principal argumento de venda das marcas globais (Bayer, BASF, Corteva e Syngenta), adaptado para um mercado que valoriza cada vez mais produtos eficazes e de menor impacto ambiental.
Branding e experiência do cliente: UPL se diferencia pelo esforço em democratizar o acesso a defensivos agrícolas, com campanhas regionais focadas em preço e suporte para agricultores de menor porte.
Insights para o mercado de defensivos agrícolas
- Mercado em expansão de área tratada: o Brasil apresentou um crescimento significativo da área tratada com defensivos agrícolas (mais de 2 bilhões de hectares, aumento de 9-10% em 2024), impulsionado principalmente por soja, milho e algodão.
- Predominância herbicidas: herbicidas lideram o mercado em volume (45-55%), com destaque absoluto para o glifosato, usado em diversas culturas, pela combinação de eficácia, custo e versatilidade. Inseticidas e fungicidas crescem, refletindo maior controle de pragas e doenças complexas.
- Marketing baseado em inovação e sustentabilidade: as maiores empresas investem fortemente em inovação de produto para atender às demandas por defensivos mais seguros, eficazes e ambientalmente responsáveis, além de focar em tecnologia digital para otimizar o manejo e engajamento direto com o produtor.
- Suporte técnico é diferencial competitivo: capacitação e assistência técnica personalizada são pontos-chaves nas estratégias de venda, fortalecendo laços com produtores e influenciando a decisão de compra.
- Geografia do consumo: as regiões Centro-Oeste e Sudeste concentram a maior parte do consumo, com Mato Grosso e Rondônia liderando em volume consumido, o que direciona parte das estratégias regionais das marcas
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