Ao contrário do que muitos imaginam, o universo das permutas entre marcas e influenciadores digitais não se restringe ao varejo, lifestyle e moda. No agronegócio brasileiro, as permutas também ganharam espaço e relevância, compondo estratégias eficientes para conectar marcas a produtores, técnicos e entusiastas do campo.
Esse movimento acompanha a digitalização do campo e promove um ecossistema robusto de influenciadores agro, marcas de insumos, tecnologia e serviços, que enxergam na troca uma via viável de crescimento conjunto.
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1 Permuta de produtos
A permuta de produtos é o formato mais tradicional. Influenciadores recebem insumos agrícolas, sementes, defensivos, equipamentos em escala reduzida, acessórios e itens de vestuário técnico, tudo em troca de postagens, menções ou reviews.
Marcas como John Deere, AgroGalaxy e Ourofino Saúde Animal são algumas das mais ativas, frequentemente aparecendo em conteúdos de rotina rural, unboxing ou demonstração de produtos. Veja o unboxing da Syngenta.
Segundo dados do setor, em 2025, cerca de 40% dos creators agrícolas receberam produtos para testar e divulgar, movimentando uma média de R$12 milhões anuais só em permutas deste tipo.
2 Permuta de serviços
Neste formato, a troca acontece por meio de consultorias, cursos, treinamentos técnicos, viagens técnicas e assinaturas de plataformas especializadas no agro.
Agricultores conectados recebem, por exemplo, acesso a plataformas digitais de gestão agrícola, sempre em troca de tutoriais, vídeos explicativos ou avaliação dos serviços fornecidos.
Marcas como Climate FieldView, AgriHub e SENSEAGRO aparecem entre as mais recorrentes em estratégias deste tipo, especialmente em campanhas de cursos e consultorias online, cujas menções cresceram 37% entre 2023 e 2025.
3 Barter digital
Inspirado no barter do agronegócio tradicional, o barter digital modernizou a ideia de trocar insumos e até máquinas agrícolas por visibilidade e apoio em campanhas específicas.
Aqui, a permuta envolve itens de maior valor, geralmente destinados a influenciadores com maior nicho e alcance.
Marcas como Valtra, Massey Ferguson e Jacto têm liderado iniciativas desta natureza, com ações que renderam aumento de 28% no engajamento digital das marcas envolvidas, especialmente durante feiras e lançamentos de tecnologia agrícola.
4 Permuta de experiências
A participação em eventos como feiras, safáris rurais, dias de campo, visitas técnicas e viagens corporativas é convertida em exposição para as marcas nas redes dos creators.
Em 2025, mais de 52% dos principais influenciadores agro estiveram envolvidos em eventos pagos ou permutados por posts, stories e conteúdos ao vivo.
Multinacionais como Bayer e Basf, além de grandes revendas como Agro Amazônia, são responsáveis pelo maior volume dessas experiências, com crescimento de 30% em menções no último ano.
5 Permuta de espaço publicitário
Criadores de conteúdo agro também cedem espaço em seus perfis, especialmente no Instagram, Facebook e YouTube, para anúncios, publieditoriais ou ações de branding.
O benefício pode ser acesso privilegiado a produtos, serviços ou experiências, ou mesmo participações especiais em projetos.
De acordo com dados de mercado, 44% das campanhas agro de médio porte utilizaram permuta de espaço digital em 2025, com destaque para marcas como Tetra Pak Agro e SLC Agrícola.
Criação de conteúdo UGC (User Generated Content)
Nesse contexto, uma tendência em alta é a produção de conteúdo pelo influencer exclusivamente para uso nos canais da marca, sem que haja divulgação direta nas redes do creator.
Aqui, o benefício são produtos, serviços ou pagamentos simbólicos, e o conteúdo é utilizado em campanhas de marketing digital, anúncios e treinamentos. Em 2025, o formato cresceu 21% no agro, atraindo marcas inovadoras como Stoller e TerraMagna, que buscam conteúdo autêntico e próximo da realidade rural.
Portanto, as permutas são uma realidade estratégica, dinâmica e em franca expansão no mercado de creators do agronegócio. Os percentuais e cifras já movimentados mostram que o agro não fica atrás, posicionando suas marcas e influenciadores como motores fundamentais para a digitalização e a comunicação do campo brasileiro.
Como a permuta de produtos se traduz em alcance e conversões no agro
A permuta de produtos no agronegócio potencializa significativamente o alcance e as conversões comerciais para marcas, especialmente quando aplicada por influenciadores com credibilidade no setor.
O envio de sementes, insumos ou equipamentos a creators se traduz em postagens autênticas, que alcançam centenas de milhares de produtores, técnicos e potenciais clientes, promovendo engajamento verdadeiro e recomendações com alto índice de confiança entre o público do campo.
Alcance impulsionado e credibilidade orgânica
Estudos apontam que campanhas com influenciadores do agro geram, em média, aumento de 28% no alcance das marcas em comparação a ações exclusivamente publicitárias ou institucionais.
O marketing de influência neste segmento valoriza mais a qualidade da relação entre creator e audiência do que apenas o número absoluto de seguidores—o que resulta em taxas de engajamento superiores à média de outros setores.
Um creator rural localmente reconhecido, por exemplo, pode influenciar decisões de compra em comunidades inteiras, gerando impacto quase imediato nas vendas de produtos apresentados por permuta.
Conversões: dados e exemplos reais
Casos recentes mostram que, com seleção estratégica de influenciadores, marcas viram suas taxas de conversão crescerem acima de 30% em até seis meses após iniciarem permutas com creators agro.
Estudos também mostram que 35% das empresas do setor já migraram pelo menos parte do mix de marketing para modelos de permuta digital, com boa aceitação do público e diminuição da inadimplência na ponta da cadeia produtiva.
O efeito sobre vendas e solicitações de orçamento é reforçado pelo engajamento orgânico: seguidores enxergam o influenciador como especialista ou referência confiável, convertendo recomendações em ações concretas, seja adquirindo produtos, baixando catálogos ou visitando lojas físicas e plataformas digitais.
Fatores que maximizam o retorno
- Seleção de creators alinhados ao perfil de público da marca;
- Métricas transparentes de alcance e engajamento;
- Construção de parcerias recorrentes, e não apenas pontuais;
- Mensuração constante e ajuste das ações conforme resultados.
Assim, a permuta de produtos no agro reforça o ciclo positivo entre visibilidade qualificada e conversão, posicionando marcas com agilidade diante de comunidades rurais tradicionalmente resistentes à publicidade convencional e ampliando o potencial de fidelização dos clientes do setor.
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