A Apple e sua inteligência nada artificial: tudo a seu tempo?
Espero que a coluna dessa semana sirva para angariar outros leitores acidentais muito mais por conta de seu conteúdo do que por conta de seu título. Algo que não se pode classificar como inevitável, assim como a presença cada vez maior e mais intensa da inteligência artificial (IA) na vida das pessoas e das corporações.
Ainda que não se saiba se de forma direta ou indireta, ela se faz presente. Trata-se de uma realidade. A questão é em que lugar se está diante dessa realidade: no palco ou na plateia? Do lado da causa ou do efeito? Pouco importa! Ainda que não se queira, se negue ou se ignore, a IA já está mudando a história da humanidade.
À primeira vista, sua denominação pode parecer ser algo enigmático, afinal, ela foi, é e sempre será criada e evoluída a partir daquilo que sai da mente humana. Uma indagação despretensiosa a respeito da concepção do termo com experts ou leigos no assunto, com absoluta certeza, gera definições dos mais diversos tipos.
Nesse sentido, muitos tentam assumir a paternidade de uma criança que ainda não dá poucas pistas de como será seu arcabouço físico, espiritual e psicológico no futuro. Em outras palavras, sabemos de sua existência, mas não temos a mínima ideia de sua potência e muito menos a direção que ela vai seguir.
Mesmo assim, OpenAI, Google, Microsoft, Meta, dentre poucas outras, já se postulam como bússolas de todos os rumos que o uso da IA vai ser capaz de criar daqui em diante. Nada além do esperado. Entretanto, especialistas em tecnologia, tendências, comportamento, marketing ou estratégia têm manifestado seu estranhamento diante da ausência de um importante candidato nessa corrida, a Apple.
Isso porque se trata da empresa detentora da marca mais valiosa do mundo e que tem como um dos principais pilares de sua existência a tecnologia. Chega a ser divertido, e até mesmo enfadonho, a cobrança dos jornalistas de uma atitude ou manifestação dessa empresa em relação a esse fenômeno. Até agora, a resposta da Apple foi o silêncio típico de quem não é o pai dessa criança.
Isso não quer dizer que não cogite a possibilidade de sua adoção no futuro. Em se tratando da Apple, é mais do que sabido que ela vai querer ter mais algumas certezas em relação ao referido arcabouço desse bebê, para saber como lidar com ele. Parte dessas certezas estão relacionadas à garantia de alguns valores, como o da privacidade, por exemplo.
E também é mais do que sabido que a empresa de Cupertino (Califórnia) não inventou o primeiro tocador de música digital, tão pouco o primeiro smartphone, smartwatch ou fones de ouvido remotos, muito menos o primeiro computador pessoal.
A Apple sempre chegou depois de tudo isso já ter sido criado e desenvolvido. Todavia, sempre chegou com outra bússola, com a inteligência natural de que tudo poderia ser diferente. A Apple nunca chega em primeiro lugar quando se trata da criação de uma nova categoria de produto ou de uma nova tendência. Mas quando chega…
Ricardo Poli é professor, palestrante, provocador, piadista e colunista da BRING ME DATA.
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As opiniões aqui contidas são de responsabilidade de seu autor e não refletem necessariamente a opinião da Bring Me Data e do blog da Macfor.