As apostas estão ganhando da análise de dados? Parece loucura, mas é a nova realidade.
Nos últimos anos, uma crescente desconfiança em relação aos institutos de pesquisa, somada à popularização das *bets*, tem feito muita gente olhar para as odds dos sites de apostas como um termômetro mais preciso para prever resultados eleitorais e esportivos.
Tendência para análise de dados em eleições
Não é uma tendência isolada. Na eleição presidencial brasileira de 2022, por exemplo, muitos preferiram confiar nos números das casas de apostas a se embasar nas pesquisas tradicionais.
Há uma razão para isso: as casas de apostas vivem da precisão. Quando erram, perdem dinheiro, e muito. Por isso, trabalham com dados em tempo real, analisando a movimentação das apostas, ouvindo o que as ruas estão dizendo — ainda que de forma indireta.
É uma abordagem diferente dos institutos de pesquisa, que captam uma “foto do momento” por meio de amostragens que, muitas vezes, não conseguem abranger 100% da realidade.
Esse ceticismo não surgiu do nada. A eleição presidencial de 2018 foi um marco nesse sentido. Com uma polarização nunca vista antes, a confiança nas pesquisas despencou.
Muita gente decidiu protestar silenciosamente, se recusando a responder aos institutos. O que resultou em previsões que não refletiam com precisão o humor das urnas.
A análise de dados convencional tem seu valor
Aqui, é importante não exagerar. As pesquisas ainda têm seu valor, oferecendo uma visão do cenário no momento em que são realizadas.
Mas não capturam as nuances de uma sociedade em constante transformação e com um novo hábito: acreditar mais na ação direta — seja ela votar ou apostar — do que em responder a um questionário.
O ponto é que as *bets* estão mais próximas do “chão de fábrica”, do pulso das pessoas que, de fato, vão decidir o resultado. Isso não quer dizer que as pesquisas devam ser descartadas.
Mas que talvez, assim como um bom publicitário precisa entender os dados e o feeling das ruas, os institutos de pesquisa tenham que se reinventar, equilibrando a ciência dos números com o instinto que vem das apostas.
Afinal, no final do dia, as pessoas não estão só apostando dinheiro; estão apostando sua confiança.
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