Você já deve saber que o Twitter saiu do Brasil: Elon Musk anunciou o encerramento das operações do X (ex-Twitter) aqui. Isso levantou inúmeras questões sobre o impacto dessa decisão para o marketing digital no país.
Com a saída da plataforma, devemos esperar uma série de desafios e mudanças no cenário de comunicação e publicidade?
Considerando o grau de importância do X no relacionamento entre marcas e consumidores brasileiros, quais são as próximas movimentações de anunciantes e empresas de mídia?
Isso é o que vamos responder neste artigo: saiba como anunciantes e marcas devem atuar no marketing digital depois que o Twitter saiu do Brasil.
O Twitter saiu do Brasil com a decisão de Elon Musk, atual proprietário da rede, de fechar o escritório do X no Brasil após uma escalada de conflitos com o Supremo Tribunal Federal (STF).
O motivo principal foi uma ordem judicial do ministro Alexandre de Moraes para bloquear contas que publicavam conteúdo antidemocrático e de ódio contra autoridades brasileiras.
Caso o X não cumprisse a determinação, a plataforma estaria sujeita a multas diárias de R$50 mil e prisão de seus representantes legais no Brasil. Como resultado, o X optou por encerrar suas operações no país para proteger seus colaboradores.
A decisão de encerrar as operações no Brasil veio em meio a uma crise financeira na empresa, que tem enfrentado queda de receita desde a aquisição por Elon Musk em 2022.
Desde então, o X tem lidado com a saída de anunciantes e uma série de críticas às decisões de Musk, que incluem ataques públicos a grandes marcas e movimentos controversos como o apoio a teorias da conspiração.
Esses fatores resultaram em uma queda de até 84% na receita ajustada pela inflação, em comparação aos últimos números disponíveis do Twitter antes da aquisição.
Como o Twitter saiu do Brasil, a ausência de uma representação local da plataforma pode ter algum impacto no marketing digital, tanto para empresas quanto para agências de publicidade.
O X, com sua base de mais de 22 milhões de usuários ativos no Brasil, tem sua relevância para campanhas de marketing, especialmente para marcas que buscam engajamento em tempo real e interação direta com seus consumidores.
A suspensão do X (Twitter) no Brasil para os usuários significa a “abstinência” de uma ferramenta de fácil expressão. A suspensão afeta diretamente influenciadores, jornalistas, e o público em geral que usa o X para se manter atualizado e engajado.
Para os anunciantes, o bloqueio interrompe campanhas publicitárias em andamento e prejudica o alcance das marcas, resultando em perda de visibilidade e possíveis danos financeiros. No entanto, como você verá a seguir, esse impacto não será tão grande já que várias marcas têm reduzido o investimento publicitário na plataforma há algum tempo.
Nos próximos capítulos, é esperado um agravamento do conflito entre Elon Musk e o STF, especialmente com a promessa do X de divulgar documentos que, segundo a plataforma, provam as exigências ilegais do ministro Alexandre de Moraes.
A batalha legal e pública poderá se intensificar, levando a um cenário de maior judicialização e instabilidade regulatória no setor de mídias sociais no Brasil. Isso também pode servir como um precedente sobre como plataformas estrangeiras devem responder a ordens judiciais locais, afetando o futuro da regulamentação das redes sociais no país.
No mercado de marketing digital, a saída do escritório do X no Brasil foi vista mais como um reflexo dos desafios financeiros da empresa do que uma mudança estratégica que afete diretamente marcas e agências.
Apesar da importância que o X ainda possui no Brasil, com milhões de usuários ativos, o impacto sobre o marketing digital será relativamente limitado, uma vez que as marcas e anunciantes têm à disposição outras plataformas para realocar seus investimentos, como Facebook, Instagram, TikTok, LinkedIn e até o emergente Threads.
Para agências e anunciantes, o foco permanece em estratégias de diversificação de canais e otimização de campanhas em plataformas que apresentem um retorno mais previsível e estável.
As marcas têm reduzido seus investimentos em anúncios na plataforma X. Desde que Elon Musk adquiriu a empresa, muitas marcas importantes, como IBM, Apple, Disney, e Comcast, retiraram seus anúncios após descobrirem que eles estavam sendo exibidos ao lado de conteúdos antissemita e extremistas.
Esta situação foi revelada por um relatório da ONG Media Matters, que destacou o aumento de conteúdo de ódio na plataforma e a falha em proteger os anúncios de aparecerem ao lado de publicações tóxicas, mesmo após promessas da CEO Linda Yaccarino para o mercado publicitário.
Além disso, um relatório da Warc Media mostrou que a receita de anúncios da plataforma X em 2024 está prevista para cair 6,4% globalmente e 5,1% nos EUA, indicando uma estabilização em comparação com a queda de 46,4% em 2023.
No entanto, essa estabilidade é impulsionada principalmente por gastos políticos, e não por uma recuperação de grandes anunciantes.
Essas decisões refletem um cenário desafiador para o X, que dependeu fortemente de receitas publicitárias antes da aquisição por Musk. A estratégia agora envolve novas formas de arrecadação, como assinaturas e o selo azul de verificação.
Os países com mais usuários do Twitter (ou “X”) são
- Estados Unidos
- Japão
- Índia
- Reino Unido
- Indonésia
- Brasil
O Brasil é o sexto país com mais usuários no Twitter, segundo o Statista e DataReportal com aproximadamente 22 milhões de usuários.
Sim, o Twitter é bloqueado em alguns países. Os países onde o Twitter é bloqueado são:
- China
- Coreia do Norte
- Irã
- Rússia
- Turcomenistão
- Mianmar
- Venezuela
Esses bloqueios ocorrem principalmente devido a políticas governamentais que buscam controlar o fluxo de informações e censurar conteúdos que possam ser considerados subversivos ou que desafiem o poder estatal.
Conclusão
O fechamento do escritório do X no Brasil é um capítulo na saga das dificuldades financeiras que a plataforma enfrenta globalmente, e não uma mudança drástica no cenário do marketing digital no país.
A saída foi mais uma decisão administrativa para cortar custos e proteger a equipe da empresa diante de questões legais, em vez de uma indicação de que o X deixaria de operar no mercado brasileiro.
Para os profissionais de marketing e anunciantes, o momento é de observar e ajustar estratégias, mas sem grandes preocupações com impactos imediatos nas campanhas e interações com o público.
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