No último domingo, milhões de pessoas pararam para assistir ao Super Bowl. E quando digo milhões, não estou exagerando: em 2023, a audiência ultrapassou 115 milhões de espectadores, tornando-se um dos eventos esportivos mais assistidos do mundo – perdendo apenas para a final da Copa do Mundo da FIFA. Mas o que isso tem a ver com o agronegócio?
Nos EUA, marcas ligadas ao agro investem pesado nesse momento. Empresas como John Deere, Cargill e Bayer já estiveram entre os anunciantes, e comerciais de produtores rurais emocionam o público, reforçando o orgulho da agricultura americana. Agora vem o dado que chama atenção: o agronegócio representa apenas 5,5% do PIB dos EUA.
Sim, menos de 6% da economia americana vem do agro, mas o setor é valorizado, celebrado e protagonista em um dos maiores palcos do mundo.

Agora, vamos olhar para o Brasil. Aqui, o agronegócio representa aproximadamente 25% do PIB, gera milhões de empregos e é o principal motor das exportações. Se o agro para, o Brasil para. E, mesmo assim, o setor é frequentemente atacado, tratado como vilão e subaproveitado no marketing nacional.
Por que nos EUA um setor com pouca representatividade no PIB é visto como essencial, enquanto no Brasil, onde o agro sustenta a economia, há uma narrativa negativa?

A resposta está na comunicação. Nos EUA, o produtor rural é um herói, e o agro é uma causa nacional. No Brasil, ainda falhamos em mostrar nossa real importância. O agro precisa ocupar espaços de prestígio na mídia, no entretenimento e nos grandes eventos.
Se até o mercado americano entendeu que o agro merece estar no maior palco do mundo, por que o Brasil, com um setor infinitamente mais relevante, ainda não aprendeu essa lição?
Que fique a reflexão.
Diogo Luchiari é Top Agribusiness Voice, sócio e chief agribusiness officer da Macfor, maior agência de marketing digital para agronegócio do país, é formado em Engenharia Agronômica pela UNESP e Universidade de Minnesota com MBA em Marketing pela FGV-SP e pós-graduação em Data Science e IA. Especialista em inteligência comercial e soluções para o agro, ele lidera estratégias de marketing digital baseadas em Data Science.
Para receber as notícias mais importantes e análises de comunicação e publicidade no agronegócio, assine a BRING ME DATA – Rotação de Culturas.