As marcas mais populares no agronegócio variam conforme a região, refletindo as particularidades e demandas de cada mercado.
A seguir, apresentamos as cinco principais marcas no Brasil, Estados Unidos e Europa em seus respectivos países e regiões globais, acompanhadas de uma comparação sobre sua popularidade, investimentos em marketing e a representatividade do agronegócio no PIB de cada região.
Top 5 marcas do agro mais populares no Brasil
- Cargill: Com receita de R$ 124,1 bilhões em 2023, a Cargill lidera o setor agroindustrial no país. Em 2023, a empresa realizou um investimento recorde de R$ 2,6 bilhões no Brasil, 116% a mais que no ano anterior.
- Bunge Alimentos: Registrou receita operacional líquida de R$ 81,7 bilhões em 2023, um aumento de 3,8% em relação a 2022. A empresa anunciou um investimento de mais de US$ 20 milhões para expandir seu Programa de Agricultura Regenerativa no Brasil, com a meta de alcançar 600 mil hectares até 2026.
- Ambev: Embora amplamente reconhecida no setor de bebidas, a Ambev também possui forte atuação no agronegócio, especialmente no cultivo de cevada e guaraná. Em 2023, a empresa registrou receita de R$ 79,71 bilhões.
- Cofco International: Alcançou uma receita operacional líquida de R$ 72,1 bilhões em 2023, um crescimento de 16,2% comparado ao ano anterior. A empresa está expandindo sua presença no Porto de Santos, visando operar 14,3 milhões de toneladas de granéis sólidos vegetais até 2026.
- Amaggi: Maior produtora de soja com capital 100% nacional, registrou receita de R$ 44,8 bilhões em 2023. A empresa produz 1,2 milhão de toneladas de soja, milho e algodão anualmente e também atua em logística e no setor de energia, sendo autossuficiente em produção energética.
Em 2023, o agronegócio brasileiro representou aproximadamente 24,5% do PIB nacional, refletindo sua importância econômica.
Top 5 marcas do agro mais populares nos Estados Unidos
- Cargill: Uma das maiores empresas privadas dos EUA, com forte atuação no agronegócio global.
- Archer Daniels Midland (ADM): Líder em processamento de alimentos e commodities agrícolas.
- John Deere: Renomada fabricante de equipamentos agrícolas.
- Bunge: Atua no processamento de oleaginosas e grãos.
- Tyson Foods: Uma das maiores empresas de processamento de carne do mundo.
Nos Estados Unidos, o agronegócio é altamente influente, com gastos significativos em lobby. Em 2024, o investimento em lobby por associações comerciais agrícolas superou o da indústria de petróleo e gás.
Top 5 marcas do agro mais populares na Europa
- Nestlé: Multinacional suíça líder em alimentos e bebidas.
- Unilever: Anglo-holandesa com forte presença no setor de alimentos.
- Danone: Francesa especializada em laticínios e produtos nutricionais.
- Bayer: Alemã, destaque em produtos agroquímicos e sementes.
- Syngenta: Sediada na Suíça, atua em proteção de cultivos e sementes.
Na Europa, o agronegócio exerce considerável poder de lobby, influenciando políticas agrícolas e ambientais.
Marcas do agro no Brasil vs EUA e Europa
No Brasil, marcas como Cargill e Bunge são amplamente reconhecidas devido à sua presença significativa no mercado. Nos EUA, empresas como Cargill e John Deere são dominantes, enquanto na Europa, conglomerados como Nestlé e Unilever lideram o setor.
Empresas nos EUA tendem a investir pesadamente em lobby para influenciar políticas agrícolas. Na Europa, o foco está em campanhas que promovem sustentabilidade e responsabilidade social. No Brasil, há um equilíbrio entre investimentos em marketing tradicional e iniciativas de responsabilidade social corporativa.
O agronegócio representa cerca de 24,5% do PIB brasileiro. Nos EUA e na Europa, embora o setor seja vital, sua participação percentual no PIB é menor em comparação ao Brasil, refletindo economias mais diversificadas.
Essas diferenças destacam as distintas abordagens e a importância do agronegócio em cada região, moldadas por fatores econômicos, culturais e políticos.

O que é o lobby praticado pelo agro de outros países?
O lobby praticado pelo agronegócio em países como Estados Unidos e na União Europeia é uma estratégia estruturada de influência política e econômica voltada para garantir políticas favoráveis ao setor.
Ele envolve um conjunto de ações, como financiamento de campanhas eleitorais, contratação de grupos de pressão, negociação de subsídios e incentivos fiscais, e influência na formulação de leis e regulamentos agrícolas.
Como o lobby agro funciona nos Estados Unidos
Nos EUA, o lobby agrícola é extremamente poderoso e tem um impacto direto nas políticas governamentais. Algumas das formas mais comuns de atuação incluem:
- Financiamento de campanhas políticas: grandes corporações e associações do agro doam milhões de dólares para candidatos e partidos políticos que defendem seus interesses.
- Atuação de grupos de pressão: organizações como a American Farm Bureau Federation e a National Corn Growers Association fazem forte lobby junto ao Congresso e ao Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) para garantir subsídios e regulamentações favoráveis.
- Definição de políticas públicas: o setor influencia diretamente a criação de leis como o Farm Bill, que estabelece políticas agrícolas e de segurança alimentar, incluindo bilhões de dólares em incentivos para produtores.
- Acordos comerciais e subsídios: o lobby agro nos EUA também trabalha para garantir que os produtos americanos tenham vantagens competitivas no mercado global, pressionando por tarifas e barreiras comerciais favoráveis.
Exemplo: A John Deere, uma das marcas mais influentes do agro nos EUA, já investiu milhões de dólares em lobby para garantir regulamentações favoráveis ao uso de suas tecnologias agrícolas.
Como o lobby agro funciona na União Europeia
Na União Europeia, o lobby agro é igualmente estruturado, com foco principalmente na Política Agrícola Comum (PAC), que distribui bilhões de euros em subsídios para produtores rurais.
- Influência em políticas agrícolas: grandes cooperativas e empresas do setor pressionam os governos nacionais e a Comissão Europeia para manter altos subsídios e incentivos financeiros.
- Regulamentação ambiental e comercial: o setor agropecuário europeu busca moldar políticas de sustentabilidade e restrições comerciais, como as regras para exportação de carne e produtos agrícolas.
- Apoio a tecnologias e patentes: empresas como a Bayer e a BASF fazem lobby para garantir a regulamentação de sementes transgênicas, pesticidas e outras inovações agrícolas.
Exemplo: Em 2021, um relatório mostrou que a indústria agroquímica europeia gastou mais de €10 milhões em lobby para influenciar regulamentações sobre pesticidas.
A prática do lobby no agronegócio brasileiro não é tão expressiva quanto nos Estados Unidos e na Europa por uma série de fatores, incluindo questões culturais, regulatórias e estruturais do setor. Aqui estão algumas razões principais:
1. Diferenças na regulamentação e transparência
Nos Estados Unidos e na União Europeia, o lobby é uma prática regulamentada e amplamente reconhecida como parte do processo político. Há regras claras sobre a atuação de grupos de interesse junto a legisladores e órgãos públicos. No Brasil, o lobby ainda não tem um marco regulatório bem definido, o que gera associações negativas com corrupção e tráfico de influência. Isso desestimula sua prática aberta e institucionalizada.
2. Representatividade setorial fragmentada
Enquanto nos EUA e na UE o agronegócio conta com grandes associações setoriais bem estruturadas, no Brasil há uma fragmentação entre os diferentes setores do agro. Há várias entidades representativas, como a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), mas elas não exercem uma influência tão centralizada quanto entidades como a American Farm Bureau Federation nos EUA.
3. Peso da bancada ruralista no congresso
O agronegócio brasileiro tem forte representação política direta através da bancada ruralista, um dos grupos mais organizados e influentes do Congresso Nacional. Em vez de atuar por meio de lobby tradicional, como acontece nos EUA (com financiamento de campanhas e influência em regulamentos), o agro brasileiro exerce poder diretamente no legislativo, garantindo aprovação de leis e políticas favoráveis.
4. Modelo econômico e subsídios
Nos EUA e na Europa, o agronegócio depende fortemente de subsídios governamentais, o que exige um lobby ativo para garantir financiamento e incentivos fiscais. No Brasil, embora existam programas como o Plano Safra, o agronegócio opera em um modelo mais independente, reduzindo a necessidade de influência política para captação de recursos.
5. Percepção pública e imagem do setor
O lobby no Brasil ainda é visto com desconfiança, muitas vezes associado a esquemas ilícitos. Isso faz com que empresas e associações do agronegócio evitem um envolvimento ostensivo com essa prática, preferindo outras formas de articulação política e promoção de seus interesses.
Diferença entre as marcas do agro do Brasil e do exterior
Enquanto nos EUA e na Europa o lobby é institucionalizado e parte do jogo político, no Brasil o agronegócio opta por estratégias mais diretas de influência, como a atuação no Congresso e a negociação com o Executivo. A falta de regulamentação e a imagem negativa do lobby também contribuem para essa diferença, tornando-o menos presente e menos transparente no setor agropecuário brasileiro.
A menor popularidade das marcas do agronegócio no Brasil em comparação aos Estados Unidos e Europa está diretamente ligada ao modelo de atuação do setor no país e à forma como ele se relaciona com o poder público. Enquanto nos EUA e na UE as empresas do agro investem fortemente em lobby institucionalizado, garantindo influência em políticas agrícolas, subsídios e regulamentações, no Brasil o setor aposta mais em sua representação política direta, como a atuação da bancada ruralista no Congresso.
Além disso, o agronegócio brasileiro é altamente voltado à exportação, o que significa que muitas das suas grandes marcas, como Cargill, Bunge e Amaggi, são reconhecidas globalmente, mas não necessariamente populares entre os consumidores brasileiros, que associam o agro mais a commodities do que a produtos finais. Em contraste, empresas como John Deere nos EUA e Nestlé na Europa lidam diretamente com o consumidor, investindo em marketing e criando um reconhecimento de marca mais forte.
A falta de regulamentação clara para o lobby no Brasil também contribui para que as empresas do agro evitem uma atuação ostensiva nesse campo, diferentemente do que acontece em países onde o lobby é estruturado e bem aceito. Como resultado, as marcas do agronegócio brasileiro permanecem menos visíveis no imaginário popular, apesar da gigantesca relevância do setor para a economia do país.
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