O agronegócio brasileiro é um dos pilares da nossa economia, pois representa 8% do Produto Interno Bruto (PIB) e gera milhões de empregos. A produção agropecuária abastece o Brasil e exerce protagonismo nas exportações.
No entanto, a volatilidade do câmbio é um fator que pode impactar diretamente os negócios das cooperativas agrícolas, principalmente no atual cenário da alta do dólar. Veja como isso vai impactar as cooperativas agrícolas do Brasil.
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O impacto da alta do dólar nas cooperativas agrícolas do Brasil
Com o dólar em alta, as cooperativas e produtores rurais brasileiros enfrentam tanto desafios quanto oportunidades. Nesse cenário, as exportações brasileiras, como soja, milho e algodão, se tornam mais competitivas. Isso ocorre porque os produtores recebem mais em reais pela venda de commodities no mercado internacional, o que pode aumentar suas receitas.
Por outro lado, o dólar elevado também encarece os custos de produção.
Isso acontece porque muitos insumos, como fertilizantes, defensivos e equipamentos, são importados e têm seus preços atrelados à cotação do dólar. A dependência do Brasil em relação a fertilizantes importados é grande, com mais de 70% dos fertilizantes utilizados na agricultura nacional sendo adquiridos do exterior, com uma forte dependência de potássio, nitrogênio e fosfato.
Esses custos impactam diretamente a rentabilidade dos produtores e das cooperativas.
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Alternativas para mitigar os riscos
Apesar desses desafios, existem alternativas para reduzir o impacto da volatilidade cambial. Uma das opções é o Barter, um modelo de negociação em que o produtor troca parte de sua produção futura por insumos agrícolas.
Essa prática pode ser uma excelente ferramenta para pequenos e médios produtores, que podem acessar esses recursos por meio das cooperativas, sem a necessidade de grandes capitalizações iniciais.
Outro mecanismo importante é o hedge, que funciona como uma espécie de seguro para os produtores. Ele permite que o produtor fixe previamente o preço de sua produção, protegendo-se contra oscilações inesperadas no mercado e no câmbio. Essa estratégia ajuda a reduzir os riscos e pode garantir mais estabilidade nos negócios das cooperativas.

O crédito e as cooperativas financeiras
Na fase atual de elevação da Taxa Selic, que aumenta os custos do crédito bancário tradicional, as cooperativas financeiras se tornam uma opção ideal para os produtores. Instituições como Sicredi, Sicoob e Cresol oferecem taxas mais competitivas e soluções personalizadas para o setor rural.
Elas têm desempenhado um papel importante ao liberar bilhões de reais em crédito, ajudando os produtores a enfrentar o impacto dos juros altos e a financiar suas atividades.
A força das cooperativas na negociação coletiva
As cooperativas agrícolas também têm um papel crucial nas negociações coletivas, que permitem aos produtores obter melhores condições de compra de insumos e equipamentos, além de possibilitar vendas em maior volume e a preços mais competitivos.
A união fortalece o poder de barganha junto a fornecedores e instituições financeiras, resultando em condições mais favoráveis para todos os cooperados.
José Antonio Rossato Jr., conselheiro da Cooperativa Agroindustrial (Coplana), destaca que a cooperativa é um “porto seguro”, onde o produtor encontra transparência e parceria. Além disso, a Coplana implementa uma política de fechamento de câmbio, defendendo um dólar médio ao longo do exercício e acompanhando as tendências do mercado.
O que esperar para 2025?
Para 2025, as perspectivas são positivas, com uma recuperação da produção agrícola prevista, impulsionada pelo aumento da produtividade e pelo fortalecimento da agroindústria exportadora.
A melhoria das rotas logísticas, como as hidrovias e a Ferrovia Transnordestina, ajudará a reduzir os custos de escoamento da produção.
No mercado internacional, a demanda crescente da China por proteínas animais pode beneficiar as exportações brasileiras, mas as exigências ambientais e climáticas, como a Lei Antidesmatamento da União Europeia, também deverão ser observadas.
Quem souber ler o mercado e agir com rapidez terá vantagem competitiva, independentemente da cotação do dólar.”
Fonte: MundoCoop
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