TLDR: Este texto é um guia para profissionais e agências que querem entender e se preparar para as transformações disruptivas que a IA traz para a comunicação em 2025.
Estamos no meio de uma transição da forma como consumimos e produzimos informação.
O formato tradicional dos artigos jornalísticos, há séculos a base do jornalismo, está sendo questionado e transformado pela inteligência artificial (IA) e pelas novas demandas das audiências online, especialmente as gerações mais jovens.
Aqui, vamos falar sobre essa mudança, analisar o atual cenário com base em dados recentes, tendências e exemplos reais de inovação na comunicação em 2025.
Veja também: O fim do SEO: por que você precisa entender o que é AEO agora
O fim do artigo tradicional
O formato do artigo jornalístico tem raízes históricas que remontam à Roma antiga, consolidando-se no formato que conhecemos desde o século XVII.
Mesmo com o surgimento do rádio, TV e internet, os artigos impressos e digitais mantiveram-se como o principal veículo para transmissão de conteúdo. No entanto, líderes de redações e especialistas em marketing de conteúdo apontam que estamos diante do fim deste formato tradicional, não da narrativa propriamente dita.
Em 2025, o artigo tradicional deve morrer, mas a narrativa jornalística não, de acordo com o que afirmam os especialistas.
Eles preveem que o jornalismo se tornará um diálogo ativo, alimentado por IA, onde as notícias deixam de ser um texto estático para se converterem em conversas dinâmicas e adaptadas às necessidades do público.
Ferramentas como o Google Audio Overviews já estão testando formatos em que a notícia é apresentada em forma de podcasts audiovisuais, apresentados por avatares virtuais que interagem com o usuário, resumindo fatos com leveza, até com piadas, tudo gerado por IA.
Isso é só o começo de um formato em que o usuário poderá interagir em tempo real, fazendo perguntas e escolhendo os temas de interesse, algo impossível nos artigos tradicionais.
Na prática, as redações estão adotando IA para:
- Personalizar e entregar notícias em diferentes formatos (texto, vídeo, áudio) rapidamente.
- Transformar matérias em vídeos curtos para redes sociais, adaptando o mesmo conteúdo para múltiplas plataformas.
- Utilizar transcrições automáticas específicas para o jornalismo, economizando milhares de horas de trabalho.
Principais mudanças na comunicação em 2025
Diversos estudos e relatórios atuais, como o da Reuters, mostram que o uso de IA no jornalismo cresceu muito, mas ainda há os dilemas dessa transformação:
- 80% dos jornalistas já usam IA em alguma função, mas a classe tem muitos receios éticos e de perda do trabalho original, além da necessidade de regulação e remuneração justa das redações para conteúdos usados por gigantes da tecnologia.
- 87% dos líderes jornalísticos veem IA como transformadora, mas têm preocupação com perda de tráfego tradicional e necessidade de inovação urgente para continuar relevantes.
- IA habilita novos formatos audiovisuais e conversacionais, portanto, tem potencial para substituir formatos estáticos como artigo, mas há risco de desinformação e viés, requerendo ética e transparência.
- Há uma grande discussão sobre direitos autorais e propriedade intelectual na era da IA; ênfase na diversidade cultural, autenticidade e necessidade de códigos de conduta para uso responsável.
A pressão para mudar é real e crescente. Sem se adaptar, as redações correm risco de perder audiência para plataformas e gigantes da tecnologia que entregam conteúdo com IA em doses cada vez mais personalizadas e interativas.
Comunicação, AEO e AIO: a otimização para o futuro digital
Dentro do universo digital, as práticas de AEO (Answer Engine Optimization) e AIO (AI Optimization) ganham importância.
AEO refere-se a otimizar conteúdos para que sejam encontrados por plataformas de IA e respondam diretamente às questões dos usuários nos assistentes virtuais e ferramentas de busca modernas, como ChatGPT. Com a difusão da IA, esse conceito evolui para AIO, que inclui:
- Produção de conteúdo adaptativo e modular, que se ajusta a diferentes formatos e preferências.
- Criação de roteiros para assistentes e chatbots capazes de interagir de forma natural e relevante.
- Otimização contínua de textos e dados para minimizar erros e vieses dos modelos de IA.
No contexto da comunicação em 2025, isso significa que os artigos tradicionais, únicos e estáticos, perdem espaço para conteúdos que dialogam, se reformatam e respondem em tempo real, exatamente como as tecnologias de IA já estão promovendo.
O impacto para agências, redações e profissionais da comunicação
Para agências, redações e comunicadores, entender que a era dos artigos lineares está mudando é vital para se manter relevantes. Algumas ações recomendadas:
Conclusão
Em 2025, o jornalismo e a comunicação não serão mais o que foram durante os últimos 400 anos. Não é uma questão de “se”, mas de “como” a inteligência artificial derrubará antigos formatos para dar lugar a experiências dialogais, dinâmicas e multimodais.
O artigo tradicional pode estar com seus dias contados, mas a necessidade humana por narrativa, verdade e contexto permanece e será a combinação de jornalismo de qualidade com IA que definirá o futuro da comunicação.