O retorno do horário de verão no Brasil, uma medida que está sendo considerada pelo governo para ajudar na operação do sistema elétrico, traz consigo impactos variados para diferentes setores da economia.
Enquanto alguns segmentos podem se beneficiar, outros enfrentam desafios que podem comprometer suas operações e rentabilidade.
Bares, restaurantes e turismo
O setor de bares e restaurantes é um dos principais beneficiados com a adoção do horário de verão. A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) argumenta que o prolongamento das horas de luz natural no final do dia estimula o consumo nesses estabelecimentos, especialmente entre 18h e 20h.
Durante esse período, é esperado um aumento de até 50% na receita. No contexto geral, o faturamento mensal do setor pode crescer entre 10% a 15%, refletindo o impacto positivo do horário de verão.
Além disso, o turismo também se favorece, uma vez que o horário estendido permite mais atividades ao ar livre, incentivando tanto o turismo local quanto o internacional.
Marcas como a Ambev, que detém o popular produto Brahma, podem ver um aumento nas vendas de bebidas alcoólicas, especialmente cervejas, durante os meses de verão devido ao maior movimento nos bares.
Comércio e serviços
O comércio varejista e setores de serviços que dependem de fluxo de clientes em horários pós-expediente também são beneficiados.
Com mais luz do dia, as pessoas tendem a prolongar suas atividades fora de casa, impulsionando vendas e a demanda por serviços como academias, lojas e entretenimento. Marcas de grande porte, como Centauro e Riachuelo, podem observar um aumento nas vendas durante esse período.
Setor aéreo
O setor aéreo é um dos mais prejudicados pelo retorno do horário de verão. A reprogramação dos relógios em uma hora gera um verdadeiro “nó logístico”, especialmente em voos internacionais.
As companhias aéreas, como Gol, Latam e Azul, enfrentam desafios significativos para ajustar suas operações, já que o calendário de slots (horários de pouso e decolagem) nos aeroportos internacionais é definido com meses de antecedência.
Qualquer mudança forçada pode acarretar custos adicionais para reprogramação de voos, alocação de tripulações e reajustes em conexões, prejudicando tanto as empresas quanto os consumidores.
Além disso, a necessidade de ajustar toda a malha aérea pode gerar atrasos, perda de conexões e desconforto para os passageiros, resultando em uma potencial queda na satisfação do cliente e, consequentemente, na reputação das empresas.
Setor de energia
Embora o horário de verão tenha sido originalmente concebido para reduzir o consumo de energia, atualmente, seus benefícios são debatíveis.
A expectativa é que o adiantamento dos relógios ajude a aliviar a pressão sobre o sistema elétrico durante o final da tarde, quando a demanda atinge o pico.
No entanto, especialistas como Fernando Borborema, gerente de Estudos Energéticos do grupo Delta Energia, apontam que, com o aumento do uso de aparelhos de ar condicionado, o impacto na economia de energia não é tão significativo quanto se esperava.
Em suma, enquanto o setor de bares e restaurantes, além de outros segmentos de serviços e comércio, se beneficiam do horário de verão, o setor aéreo e parte do setor de energia enfrentam desafios que podem reduzir seus ganhos e aumentar seus custos operacionais.
Essa dinâmica de “ganhadores e perdedores” torna a decisão sobre o retorno do horário de verão um tema complexo, que exige uma análise cuidadosa para equilibrar os interesses diversos envolvidos.
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