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O lançamento de uma linha de perfumes assinada por Jair Bolsonaro, em parceria com o maquiador de Michelle Bolsonaro, Agustin Fernandez, é um movimento de marca que desperta interesse sob diversos aspectos, especialmente no contexto brasileiro.
Veja que tipo de estratégias há na base dessa colaboração, as implicações de marca e o impacto potencial no mercado do perfume do Jair Bolsonaro.
Perfume do Jair Bolsonaro: conexão entre política e produtos de consumo
A associação de figuras políticas a produtos de consumo não é novidade, mas é sempre um movimento que gera curiosidade e discussão.
5 figuras políticas que associaram sua imagem a produtos de consumo
- Donald Trump: Antes e durante sua presidência nos Estados Unidos, Donald Trump associou seu nome a uma variedade de produtos e serviços, incluindo steaks, vinhos, e até uma universidade. Embora esses produtos fossem mais atrelados à sua persona de empresário do que estritamente à sua figura política, a linha entre os dois papéis muitas vezes se confundia.
- Vladimir Putin: Na Rússia, a imagem de Vladimir Putin tem sido usada em uma ampla gama de produtos, de camisetas e canecas a fragrâncias e vodca. Embora essas não sejam iniciativas diretamente ligadas a Putin ou ao governo russo, elas refletem a forma como sua figura política é comercializada culturalmente.
- Arnold Schwarzenegger: Antes de se tornar governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger já era uma celebridade e empresário. Durante e após seu mandato, continuou a capitalizar sua imagem em vários produtos, incluindo suplementos e equipamentos de ginástica, embora seu caso seja mais uma transição de celebridade para político e de volta para celebridade/empresário.
- Che Guevara: Embora não seja um exemplo de auto-endosso, a imagem icônica de Che Guevara tem sido amplamente utilizada em uma variedade de produtos comerciais, como camisetas, bonés e outros itens de merchandise. Isso mostra como a figura de um político ou revolucionário pode se tornar um símbolo cultural e ser comercializada amplamente.
- Silvio Berlusconi: O ex-primeiro-ministro italiano também é um magnata da mídia e utilizou sua imagem e carisma para promover canais de televisão, jornais e outros produtos midiáticos associados ao seu conglomerado.
No caso do perfume do Jair Bolsonaro, essa estratégia pode ser vista como uma extensão da marca pessoal do ex-presidente, buscando capitalizar sua imagem para além do campo político.
Ao escolher o dia de seu aniversário para o lançamento, a marca reforça essa conexão pessoal, atribuindo ao produto um significado que vai além do seu valor físico.
Estratégia de marketing e segmentação de mercado para o perfume do Jair Bolsonaro
Do ponto de vista de marketing, a escolha de Bolsonaro para assinar uma linha de perfumes é claramente direcionada a um segmento específico do mercado.
Seus apoiadores são o público-alvo primário, que possivelmente verão o produto não apenas como um perfume, mas como uma afirmação de identidade e lealdade ao ex-presidente.
Descrever o perfume como algo que “traz na essência exclusividade, força masculina e resiliência” é uma maneira de ressoar com valores que, supostamente, são admirados por esse público.
O impacto da associação de imagem
A decisão de Agustin Fernandez de associar sua marca a Bolsonaro também é uma jogada que traz riscos e benefícios. Enquanto pode fortalecer a lealdade e o reconhecimento entre apoiadores do ex-presidente, também pode alienar potenciais clientes que têm visões diferentes.
A longo prazo, a marca pode ser fortemente associada às ideologias e ao legado de Bolsonaro, o que é um aspecto a ser considerado cuidadosamente em estratégias de marca.
A menção de que Bolsonaro também deu nome a uma linha de sapatos ressalta uma tendência de personalidades políticas em diversificar sua influência em diferentes mercados.
Isso evidencia uma estratégia de construção de marca pessoal que transcende o campo político, buscando estabelecer uma presença mais ampla na cultura e na economia.
Conclusão
O lançamento do “perfume do Jair Bolsonaro” é um exemplo fascinante de como as personalidades políticas podem estender sua influência para o setor de produtos de consumo.
A estratégia por trás desse lançamento revela um cálculo cuidadoso de posicionamento de mercado, branding pessoal e lealdade de base.
Enquanto o sucesso comercial do perfume permanece a ser visto, não há dúvida de que ele já conseguiu gerar discussão e interesse, marcando um ponto notável na intersecção entre política, identidade e consumo.
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