PPK da Claudia: provocadora, polêmica e “kind”
Nunca foi tão difícil para esse professor “old is cool” escrever a respeito de um tema indicado pela Macfor para a coluna da Bring Me Data. Em função de alguns atrasos em relação ao prazo de entrega dessa coluna, eles decidiram se vingar. A dificuldade não se dá, de forma alguma, em função do tema, afinal, é um tema relativo a marketing, branding e comunicação.
A questão está na repercussão gerada pelo tema, mais especificamente em relação à nova campanha do Gillette Venus, o “aparelho de barbear feminino” dessa companhia e sua “garota propaganda”, vulgo influenciadora, PPK da Claudia.
Em tempos atuais, muita cautela é exigida na tratativa do tema, visto que repercussões antagônicas explodem em blogs e colunas digitais que buscam aumentar sua audiência nas redes sociais. Tal busca por audiência obriga seus autores a “tomarem partido” da forma radical mais radical possível a ponto de serem comentados por outros colunistas que também buscam aumentar sua audiência. Um círculo vicioso, viciado e nada virtuoso.
Trata-se da polêmica pela polêmica na busca de quem vai receber mais comentários, likes e “dislikes”, unidades de medida para se dimensionar a mais pura vaidade humana.
O paradoxo chega a ser divertido. Colunas apontam o sucesso unânime da campanha em nível nacional, parecendo o texto ter sido escrito pela gerência de produto do Gillette Venus.
Outras colunas vão em direção oposta, afirmando que a referida campanha uniu o país por não conseguir agradar ninguém, dos mais reacionários aos mais radicalmente opostos, parecendo ser um texto escrito pela gerência de produto do principal concorrente do Venus.
Seja como for, o tema está em pauta e sendo debatido pelos mais variados “colunistas influencers”, com grau de sensatez e inteligência que pode variar de 0 a 10. Na semana que vem, outro tema polêmico virá à tona e esse automaticamente jazerá na vala do esquecimento. Quer apostar?
Bom para Gillette. A marca Venus, com total e absoluta certeza, deverá ganhar alguns pontos em seu awareness, sendo que possivelmente boa parte de seus consumidores(as) e usuários(as) não se lembrará do que originou tal lembrança no futuro.
O ideal seria mesmo ter acesso ao histórico do desempenho das vendas do produto, ou de sua participação de mercado, antes, durante e depois da campanha. Os números não mentem, o resto é pura divagação ou ilação.
Como já dito nessa coluna anteriormente, recomenda-se que marcas devem pensar “um mol de vezes” antes de associar sua imagem a causas sociais. Que se saiba o risco disso. Em se sabendo, que se tire o máximo proveito disso.
Ricardo Poli é professor, palestrante, provocador, piadista e colunista da BRING ME DATA.
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As opiniões aqui contidas são de responsabilidade de seu autor e não refletem necessariamente a opinião da Bring Me Data e do blog da Macfor.