A recente decisão dos Estados Unidos de impor tarifas sobre produtos importados do México, Canadá e China pode abrir novas oportunidades para o agronegócio brasileiro.
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O setor observa com atenção as possíveis brechas no mercado global, que podem impulsionar as exportações de produtos agropecuários do Brasil para esses países.
A imposição de tarifas pela Casa Branca inclui um aumento de 25% para produtos canadenses (exceto recursos energéticos), 10% adicionais para bens chineses e uma previsão de 25% sobre importados mexicanos em um mês. Isso pode levar esses países a diversificarem seus fornecedores, favorecendo as exportações brasileiras.
Para a China, um dos principais parceiros comerciais do Brasil, o redirecionamento das compras de soja e milho dos Estados Unidos para o mercado brasileiro já era esperado.
A expectativa é que também haja um aumento na demanda por carnes brasileiras, dado o impacto das tarifas na economia chinesa e na sua estratégia de aquisição de alimentos.
Expansão de exportações brasileiras
O agronegócio brasileiro pode aproveitar esse momento para aumentar os embarques de carne suína para o México e o Canadá, que podem buscar alternativas para suprir suas demandas.
Além disso, as exportações de suco de laranja e café para o Canadá podem crescer significativamente, aproveitando a possibilidade de substituição de fornecedores americanos.
Monitoramento do governo brasileiro
Até o momento, não há indícios de que os Estados Unidos imponham tarifas sobre produtos brasileiros. No entanto, o governo segue monitorando a situação, com especial atenção para setores como café e carne bovina, que poderiam ser afetados caso houvesse uma mudança na política tarifária americana.
Brasil fora da mira das tarifas?
Apesar de declarações anteriores de Donald Trump mencionando o Brasil como um país que “cobra muito” sobre vendas americanas, a estratégia do ex-presidente tem focado em nações com alto déficit comercial com os Estados Unidos.
Como o Brasil tem um saldo comercial equilibrado com os americanos, essa justificativa não se aplica diretamente ao país.
O governo brasileiro tem defendido que a estrutura tarifária nacional é equilibrada, argumentando que enquanto os EUA possuem uma taxa média de imposto de importação de 3,3%, o Brasil cobra 11,2% em média, mas frequentemente tributa produtos americanos abaixo dessa taxa ou até mesmo sem impostos.
Por outro lado, produtos essenciais para o Brasil no mercado americano, como açúcar, carne bovina e aço, são altamente tarifados pelos EUA.
Perspectivas para o agronegócio
Diante desse cenário, o Brasil pode se beneficiar de uma maior inserção no mercado internacional e expandir seu volume de exportação para países que buscam alternativas aos produtos americanos.
O setor agropecuário brasileiro deve estar atento às movimentações do comércio global para aproveitar essas oportunidades e consolidar sua presença nos mercados do México, Canadá e China.
Fonte: Estadão