Todo ano, o Dicionário Oxford elege uma palavra ou expressão que simboliza o contexto social, cultural e tecnológico do momento. Em 2024, a eleita foi “brain rot” (“podridão cerebral”, em português). Este termo descreve os efeitos negativos da sobrecarga digital, especialmente entre jovens, e tem provocado intensos debates sobre os impactos do consumo excessivo de conteúdo trivial na internet. Mas o que significa exatamente “brain rot” e por que ele se tornou a palavra do ano?
O que é brain rot?
“Brain rot” é uma expressão popular nas redes sociais, usada principalmente por jovens, para descrever a deterioração mental ou intelectual causada pelo consumo excessivo de conteúdo fútil online. O termo ganhou destaque ao se referir aos impactos cognitivos de horas gastas rolando feeds de redes sociais, assistindo a vídeos curtos e absorvendo informações superficiais.
Esse tipo de conteúdo, criado para promover engajamento, oferece uma recompensa imediata – como picos de dopamina – mas, a longo prazo, pode comprometer capacidades cerebrais mais sofisticadas, como concentração, memória e pensamento crítico. Estudos recentes apontam que a exposição prolongada a esse tipo de consumo pode até mesmo causar mudanças estruturais no cérebro em casos graves.
O Dicionário Oxford escolheu “brain rot” como a palavra do ano por sua relevância no cenário contemporâneo. Além de refletir uma preocupação crescente com a saúde mental, a expressão também ilustra as novas dinâmicas de consumo digital e como estas estão moldando a sociedade.
Os critérios para a escolha envolvem:
- Uso popular: “Brain rot” é amplamente utilizado nas redes sociais e em discussões sobre tecnologia e saúde mental.
- Impacto cultural: Representa não apenas um fenômeno digital, mas também os desafios cognitivos e sociais do nosso tempo.
- Relevância intergeracional: Embora associado aos jovens, o fenômeno afeta pessoas de todas as idades que estão expostas à sobrecarga digital.
Como funciona o efeito ‘Brain rot’ no cérebro
A ideia de “podridão cerebral” pode parecer extrema, mas é uma forma poderosa de ilustrar os efeitos da sobrecarga digital. Pesquisas indicam que o consumo constante de conteúdo trivial pode causar:
- Redução da capacidade de concentração: A alternância rápida entre conteúdos fragmentados prejudica a habilidade de focar por períodos prolongados.
- Estresse cognitivo: O excesso de informações pode sobrecarregar o cérebro, levando ao esgotamento mental.
- Isolamento social: Conteúdos com linguagem non sense, como “skibidi toilet” ou “rizz”, podem criar uma barreira de comunicação com outras gerações.
Impactos no mercado de trabalho
A geração mais jovem, que está mais exposta ao “brain rot”, já está entrando no mercado de trabalho. Isso traz questionamentos importantes:
- Como liderar grupos com dificuldades de concentração?
- Como resolver problemas complexos em um mundo que exige soluções criativas e colaboração?
Empresas como a Nemesis Neurociência Organizacional já estão discutindo essas questões e treinando lideranças para lidar com as consequências do consumo digital excessivo.
Efeitos do ‘Brain rot’ vão além do público jovem
Embora o termo esteja associado aos jovens, a verdade é que qualquer pessoa inserida digitalmente e sob pressão pode ser vítima desse fenômeno. O ritmo acelerado da rotina e o apelo de conteúdo superficial fazem com que até mesmo adultos com carreiras estabelecidas fiquem suscetíveis ao “brain rot”.
Sinais de alerta:
- Sensação de mal-estar após longos períodos online;
- Perda de interesse por atividades offline;
- Dificuldade de engajar com conteúdos mais longos ou complexos.
Apesar do cenário preocupante, é possível adotar práticas para proteger a saúde mental e cognitiva. Aqui estão algumas dicas:
- Estabeleça limites para o tempo online: Utilize ferramentas de controle de tempo em apps e redes sociais.
- Priorize atividades offline: Leia livros, pratique esportes ou explore hobbies que não envolvam telas.
- Escolha conteúdo de qualidade: Prefira fontes confiáveis e conteúdos que estimulem o pensamento crítico.
- Pratique mindfulness: Atividades como meditação podem ajudar a reduzir o estresse e melhorar a concentração.
A escolha de “brain rot” como a palavra do ano não é apenas um alerta sobre os perigos do consumo digital excessivo. Ela também é um convite para repensarmos nossa relação com a tecnologia e buscarmos um equilíbrio entre o online e o offline.
Fonte: BBC e Linkedin
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