O acesso à cultura no Brasil ainda aponta desigualdades sociais e raciais, como aponta o estudo “Cultura nas Capitais”, da JLeiva Cultura & Esporte.
Realizada nas 27 capitais do país, a pesquisa entrevistou mais de 19 mil pessoas para entender seus hábitos culturais nos últimos 12 meses.
Os dados mostram padrões distintos de consumo de cultura entre diferentes grupos raciais e desafios de acesso em determinadas regiões.
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Quem consome o quê?
Os resultados do estudo revelam diferenças consideráveis na forma como cada grupo acessa a cultura:
Brancos: têm maior frequência em museus (32%), bibliotecas (28%) e teatros (29%).
Pretos: são os principais frequentadores de shows (44%), festas populares (39%) e espetáculos de dança (27%).
Amarelos: destacam-se no consumo de video games (59%) e cinema (59%).
Pardos e Indígenas: são os grupos com menor participação em atividades culturais. Entre os indígenas, metade dos entrevistados relatou ter ido a, no máximo, duas atividades culturais no último ano.
“Os dados evidenciam a exclusão de grupos historicamente marginalizados, mas também mostram onde há maior potencial de crescimento no acesso à cultura”, afirma João Leiva, idealizador da pesquisa.
O que esses dados significam?
O estudo confirma que o acesso à cultura no Brasil ainda é desigual e revela barreiras econômicas, geográficas e raciais. No entanto, também revela oportunidades: os dados mostram onde há demanda reprimida e potencial para crescimento do consumo cultural.