O conceito de Pump and Dump, amplamente conhecido no mercado financeiro, refere-se a uma estratégia em que um ativo é artificialmente inflado por meio de hype e marketing agressivo, apenas para que seus criadores ou primeiros investidores o vendam rapidamente, deixando os compradores finais com um produto desvalorizado.
No marketing, essa tática pode ser observada em algumas marcas e produtos que apostam em um crescimento explosivo, mas insustentável.
Neste artigo, você vai ver algumas marcas que passaram pelo fenômeno de Pump and Dump e também ficará apto a reconhecer se o hype de algumas marcas é só a fase do Pump.
Veja também:
O que é Pump and Dump
O termo “Pump and Dump“ tem sua origem no mercado financeiro e se refere à estratégia de manipulação na qual investidores inflacionam artificialmente o valor de um ativo—como ações ou criptomoedas—por meio de informações exageradas ou enganosas.
Quando o preço atinge um pico, os próprios manipuladores vendem suas participações, obtendo lucro enquanto os investidores comuns, que compraram no auge do hype, ficam com um ativo desvalorizado.

O fenômeno do Pump and Dump em estratégia de marca
No marketing, essa lógica se aplica a produtos, marcas e tendências que crescem rapidamente impulsionados por uma publicidade agressiva, mas sem uma base real de valor ou sustentabilidade.
O “boom” artificial é criado por meio de campanhas estratégicas que alimentam o desejo do público, muitas vezes utilizando técnicas que geram FOMO (fear of missing out), escassez planejada e validação social por influenciadores.
No entanto, quando a realidade não corresponde às expectativas ou o efeito da novidade desaparece, a demanda despenca, e o produto perde relevância, deixando consumidores frustrados e o mercado saturado.
A construção de um hype artificial
Criar entusiasmo em torno de um produto não é, por si só, um problema. No entanto, algumas marcas adotam práticas questionáveis para inflar artificialmente a percepção de valor e urgência. Algumas das estratégias mais comuns incluem:
A construção de um hype artificial
A base do Pump and Dump é construir um hype artificial. Contudo, criar entusiasmo em torno de um produto não é, por si só, um problema. No entanto, algumas marcas adotam práticas questionáveis para inflar artificialmente a percepção de valor e urgência. Algumas das estratégias mais comuns incluem:
- Marketing de influência massivo: investimento pesado em celebridades e influenciadores para promover o produto de forma a parecer indispensável.
- Escassez manipulada: empresas limitam artificialmente a disponibilidade do produto para criar uma sensação de exclusividade e urgência de compra.
- Exagero publicitário: benefícios e diferenciais são apresentados de forma distorcida, prometendo algo que não corresponde à experiência real do consumidor.
- Táticas virais e gamificação: marcas incentivam os clientes a gerar conteúdo e engajar em desafios para impulsionar organicamente a popularidade do produto, mascarando um crescimento forçado.
Marcas que passaram pelo fenômeno do Pump and Dumb
De festivais luxuosos que nunca aconteceram a aplicativos que perderam relevância em questão de meses, alguns casos ilustram perfeitamente como essa estratégia pode criar ondas de entusiasmo seguidas por quedas bruscas de valor de marca. Veja os exemplos a seguir.
NFTs e criptomoedas de celebridades
Em 2021, houve um grande aumento na criação e venda de NFTs (Tokens Não Fungíveis) por celebridades. Muitas dessas NFTs foram vendidas por valores elevados inicialmente, mas estudos mostraram que uma grande porcentagem desses ativos perdeu valor rapidamente.
Por exemplo, um relatório da Protos indicou que o mercado de NFTs atingiu um pico de US$102 milhões em vendas diárias em maio de 2021, mas caiu para cerca de US$19 milhões em junho do mesmo ano, representando uma queda de aproximadamente 81%.
WeWork
A WeWork, uma empresa de espaços de coworking, foi avaliada em US$47 bilhões em janeiro de 2019.
No entanto, após uma tentativa fracassada de abertura de capital (IPO) e a revelação de problemas financeiros e de governança, a avaliação da empresa caiu drasticamente. Em setembro de 2019, a avaliação da WeWork caiu para cerca de US$10 bilhões, representando uma redução de aproximadamente 79% em seu valor.
Clubhouse
O aplicativo de áudio social Clubhouse experimentou um crescimento explosivo no início de 2021, alcançando mais de 10 milhões de downloads em fevereiro de 2021.
No entanto, nos meses seguintes, o interesse diminuiu significativamente. De acordo com dados da Sensor Tower, os downloads do aplicativo caíram cerca de 72% entre fevereiro e abril de 2021.
Fyre Festival
O Fyre Festival prometia uma experiência de luxo nas Bahamas, com ingressos que variavam de US$1.000 a US$12.000, e alguns pacotes chegando a custar até US$50.000. No entanto, o evento foi um fracasso total, com participantes encontrando condições precárias e falta de infraestrutura adequada.
Fique de olho no Pump and Dump
Construir desejo em torno de um produto ou serviço é uma estratégia essencial do marketing, mas quando essa expectativa é inflada artificialmente sem uma base sólida, a queda se torna inevitável.
Os exemplos do Fyre Festival, Clubhouse e NFTs promovidos por celebridades mostram como o ciclo do Pump and Dump no marketing pode gerar um pico explosivo de atenção, seguido por um colapso proporcional à decepção do público.
A lição para marcas e profissionais de marketing é clara: o hype pode ser um catalisador, mas não pode ser a única estratégia. Empresas que desejam crescer de forma sustentável precisam equilibrar inovação, qualidade e uma proposta de valor real que vá além da efervescência momentânea.
No fim, a confiança do consumidor é um ativo muito mais valioso do que qualquer pico temporário de popularidade.
Acompanhe o blog da Macfor para ficar por dentro dos principais updates de marketing digital e assine a BRING ME DATA para receber as notícias e análises de mercado mais importantes toda segunda de manhã.